A mulher pegou na flor e foi para a rua.
Dentro dela havia uma prisão.
Andou um pouco e encontrou-se no centro do seu suor. Sentiu uma leve vertigem.
Hesitou. Lutou contra si.
Rasgou o medo, sem pensar, e escolheu o caminho inacabado.
O seu passo tornou-se mais firme.
Deu a mão a um desconhecido e cantou.
Soltou o cabelo.
Subiu à estátua e gritou.
Chamou a paz com um tambor.
Sentou-se na cadeira e dançou.
Abraçou a árvore e choraram as duas.
Descalçou os sapatos e beijou a terra.
Deitou-se na relva e admirou a lua.
Fechou os olhos e cheirou os cravos.
E assim ficou muito tempo, em silêncio...a sentir a revolução instalar-se nas suas veias,
finalmente, acordadas.
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